O Pathwork

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O Que é o Pathwork

Introdução

A jornada que vai das regiões conhecidas às desconhecidas da alma é similar às aventuras contadas pelas lendas e mitos. Nelas, geralmente, o herói inexperiente abandona o mundo que lhe é cotidiano e familiar por desejar encontrar uma vida melhor do que a rotina de uma existência limitada. Logo se seguem encontros atemorizantes e testes de todo tipo. Se ele passa nestes testes, encontra a felicidade. A recompensa sempre é um tesouro, uma parceria de vida, torna-se rei ou rainha: Um adulto pleno e realizado.

Se encarada com seriedade, a nossa jornada interior também necessita de coragem e audácia; também atravessa regiões escuras e também nos leva à maturidade – onde sempre encontramos um tesouro. Assim, da mesma maneira que nos mitos, o herói não se esquiva do dragão, mas sim, o enfrenta e luta contra ele; não foge da velha bruxa, mas, sim, procura interagir com ela, nós também devemos encarar nossas forças destrutivas interiores e lidar com elas.

Neste artigo, fala-se sobre como seguirmos nosso desejo e liberarmos os poderes adormecidos dentro de nós mesmos, de modo a tomarmos posse do tesouro que é nossa sabedoria, nossa amorosidade – nossa divindade interior.

 

O Desejo por um Estado de Consciência Maior e Mais Pleno

Todo ser humano percebe ter um desejo interior mais profundo que os desejos de realização criativa e emocional, embora estes, é claro, sejam parte deste desejo essencial e mais profundo. Tal aspiração provém da percepção de que “deve existir outro estado mais pleno de consciência, outra forma de experimentar a vida” (PW204).

Quando tal desejo é traduzido em situações conscientes, podemos ficar envolvidos em aparentes confusões e contradições provenientes da dualidade da mente humana. A dualidade está sempre presente, pois os humanos percebem a realidade em termos de “ou isto – ou aquilo”, bom ou mau, certo ou errado, preto ou branco. No mínimo, esta maneira de perceber a vida é uma “meia-verdade”. A real verdade nunca pode ser encontrada, pois percebemos apenas fragmentos da realidade. A verdade sempre engloba mais do que aquilo que a forma dualista de ver a realidade pode apenas tangenciar.

Uma destas confusões poderia ser: “Será que estou aspirando por algo irreal? Poderia talvez ser mais real e maduro de minha parte, deixar de lado este desejo e aceitar que a vida é assim mesmo, sem altos e baixos, sem graça e cinzenta? Afinal, não ouvimos sempre que é necessário ter aceitação para podermos estar em paz com nós mesmos e com os outros? Portanto, será que devo realmente abandonar esta aspiração?

O caminho para fora desta confusão somente pode ser encontrado quando damos um passo à frente do dualismo implícito neste dilema. É verdade que devemos aceitar nosso estado presente. É verdade que a vida, da forma que se manifesta, não pode ser perfeita.

No entanto, não são estes os fatos que verdadeiramente nos fazem infelizes. O problema está na nossa própria exigência de que a vida deveria ser perfeita e que tal perfeição deveria poder ser controlada por nós mesmos. Se formos suficientemente fundo, inevitavelmente descobriremos que existe uma parte de nós que nega a dor, a mágoa e a frustração; um lugar no qual permanecemos enraivecidos e despeitados por não mais existir uma desejada autoridade amorosa que possa eliminar estas nossas vivências indesejáveis.

Portanto, neste específico caso, será de fato verdade que esta nossa aspiração por um tipo utópico de estado de felicidade será irrealista e deverá ser, então, abandonada.

 

O Falso Desejo

Mas será que isto quer dizer que o desejo em si sempre advém de atitudes imaturas, demasiadamente exigentes ou neuróticas? Claro que não! Existe uma voz interior que nos diz que há muito mais disponível para a vida e para nós mesmo do que somos capazes de vivenciar.

Como podemos então, ter clareza sobre o que é real e o que é falso acerca destes nossos tão profundos desejos?

O desejo sempre será falso quando nossa personalidade quiser gozar de amor e realização, perfeição e felicidade ou mesmo prazer e expansão criativa, sem, no entanto, estar disposta a pagar o preço energético e espiritual exigido pelo mais estrito autoconfronto. Será falso quando não assumimos responsabilidade pelo nosso estado atual nem sobre o estado que desejamos.

Por exemplo: ao sentimos pesar sobre nós mesmos; por nossa vida não realizada e se, de alguma forma, culpamos aos outros por este nosso estado presente, não importa o quanto errado os outros possam realmente estar, sejam estes pais, colegas, companheiros ou a vida como um todo, neste caso, não estaremos assumindo responsabilidade. Se este for o caso, então, de alguma forma, também queremos receber este novo e melhor estado como uma recompensa que nos seja dada sem que a tenhamos conquistado.

Para virmos a ser recompensados podemos até tentar ser bons e obedientes e/ou seguidores de uma qualquer poderosa figura de autoridade. E, desde que tal recompensa, na realidade, independentemente do que façamos, jamais poderá vir de fora, nos sentimos então ressentidos, desapontados, traídos e com raiva, agarrando-nos mais e mais aos nossos velhos e destrutivos padrões de ação e comportamento que, de fato, serão os responsáveis pelo estado que cria a não realização deste nosso desejo.

 

O Desejo Realista

Uma aspiração é realista quando se parte da premissa de que a pista para a sua realização deve estar dentro de nós mesmos; quando queremos conhecer aquelas atitudes nossas que nos impedem de vivenciar nossa vida de forma significativa e realizadora; quando interpretamos tal desejo como uma mensagem vinda do interior de nosso ser e que nos põe a caminho para encontrarmos nosso verdadeiro eu.

Entretanto, a confusão se instaurará quando tal mensagem interior destas aspirações forem interpretadas inadequadamente por nossa personalidade exigente, obstinada e negativa. Então, tais aspirações são organicamente direcionadas para caminhos não realizáveis de fantasia e mágica, aqueles nos quais acreditaremos que a realização deve ser algo que nos seja oferecido de graça, ao invés de obtida por intermédio da coragem, da audácia e da honestidade de olharmos para dentro de nós mesmos para vislumbrar a maneira que realmente ainda somos naquele específico instante – inclusive para aquelas áreas nossas que preferiríamos evitar reconhecer.

Quando uma situação de vida nos parece dolorosa e reagimos contra ela com raiva, lamúrias e/ou através de outras defesas, ao invés de frontalmente vivenciarmos a dor que esta nos traga, neste presente momento não estaremos em nossa verdade! Se, por outro lado, deixarmos a dor fluir e decidirmos senti-la sem disfarces nem defesas tais como “isto vai acabar comigo…”, ou então “isto não terá mais fim…”, o resultado de tal vivência liberará poderosas energias criadoras que trabalharão em nossas vidas, em nosso próprio benefício e abrirão os canais de acesso para o nosso ser espiritual.

Sentirmos tal dor também nos levará a um entendimento mais amplo, profundo e esclarecedor das conexões entre causa e efeito que estejam nela embutidas. Por exemplo: poderemos ter a possibilidade de ver como atraímos uma dor em particular e tal insight poderá não nos chegar instantaneamente, pois quanto mais nos esforçamos, mais nos iludimos. Porém, se decidimos cessar a luta e a resistência que fazemos contra o sentimento de dor, o insight virá a seu tempo.

A ideia nunca é a de abandonar nossas aspirações e desejos. É necessário levá-los a sério, cultivá-los e aprender a entendê-los, para que possamos passar a viver a mensagem que estes nos trazem, mensagem esta que agirá como facilitadora para tomarmos o caminho que nos levará à nossa essência; a transitarmos pelas partes que queremos evitar, mas que de fato são o ápice verdadeiro e as únicas responsáveis pelo nosso estado de falta de júbilo e de realização plena.

Não abandonemos as aspirações que partem do sentimento de que nossa vida possa vir a ser muito melhor e de que possa existir um estado no qual possamos viver sem confusões torturantes e dolorosas; onde possamos funcionar a partir de um nível interno de segurança, que nos traga a continuidade de tal segurança, mais contentamento, mais leveza e maleabilidade; no qual sejamos capazes de expressar sentimentos mais profundos e chegar a êxtases mais prazerosos; onde sejamos capazes de vivenciar nossa vida sem medo, por não mais temermos a nós mesmos!

Desta forma, poderemos, portanto, viver a vida como esta é – inclusive com seus problemas – como sendo apenas um alegre desafio. Quando os nossos problemas se tornarem apenas desafios que tragam tempero à nossa vida, a paz que isto nos trará será de maior doçura. O enfrentamento destes problemas nos dará senso de força interior, de estofo interno e de capacidade criativa.

Sentiremos nosso ser espiritual fluindo por nossas veias e através de nossos pensamentos, em nossas visões e percepções do mundo em que vivemos, de modo que nossas decisões poderão ser fruto da essência maior e mais luminosa de nosso ser.

Quando vivermos desta maneira, os ocasionais problemas externos serão o sabor de nossa vida e ficarão quase que agradáveis. E, perceberemos que, com o passar do tempo, tais problemas externos se tornarão cada vez menos frequentes, mais pacíficos, fazendo com que este viver mais criativo paulatinamente passe a ser a normalidade de nossos dias.

 

Aprendendo a Sustentar o Estado de Graça

Por enquanto, a parte mais triste de nossas aspirações é que – lá no fundo – sabemos como o nosso próprio corpo e nossa alma ainda não são nem mesmo capazes de sustentar prazeres tão intensos.

O prazer existe em todos os níveis: espiritual, físico, emocional, e mental. Entretanto, o desejado prazer espiritual – quando separado dos outros níveis em que funcionamos em nosso dia-a-dia – será apenas uma ilusão, pois a verdadeira graça espiritual necessariamente precisará envolver a pessoa por inteiro (PW250).

Portanto, precisamos aprender a sustentar este estado de graça e isto não poderá ser feito enquanto não sustentarmos tudo aquilo que esteja ainda hoje trancafiado dentro de nossa psique: dor; falta de sentido; maldade; ódio; sofrimento; culpa; medo; terror; etc.

Tudo isto deverá ser transcendido. Então – e somente então – poderá uma pessoa humana funcionar em um estado de graça mais continuado. A aspiração por vivenciarmos mais prazer, sempre será a mensagem para que embarquemos em uma rota que permita a possibilidade de estarmos na graça.

Tal estado de existência antes descrito necessariamente não será algo irrealista, tampouco, um simples pensamento que traga embutido consigo, desejos fantasiosos e colorido por ilusões. Ele não poderá ser desconsiderado, pois o fizemos nosso e fizemos por onde merecê-lo ao nos imbuirmos da audácia de passarmos por tudo aquilo que nos impedia de vivenciá-lo.

Tal estado já existia dentro de nós como um potencial adormecido. Não é algo que possa nos ser dado por outrem ou adquirido através de aprendizagem e/ou esforço físico e/ou mental apenas. Desdobra-se organicamente como subproduto de nosso caminho pessoal!
E isto nos leva na direção da questão integral do que de fato é este Caminho.

Este Caminho não é novo; já existiu de muitas formas diferentes durante o tempo em que os seres humanos vivem nesta Terra. As formas e as maneiras mudam conforme a humanidade se desenvolve, mas fundamentalmente, o caminho permanece o mesmo. Este Caminho em particular – o Pathwork – está ancorado na sabedoria perene e anciã, e, no entanto, é também recente.

Oferece ajuda para o crescimento psicológico e espiritual no presente estágio crítico da evolução da humanidade.

 

O Pathwork e a Psicoterapia

O Pathwork não é uma psicoterapia, embora seus aspectos devam necessariamente lidar com áreas nas quais a Psicoterapia também lida. No arcabouço do Pathwork, a abordagem psicológica é apenas um assunto paralelo, uma maneira de suplantar obstruções.

É essencial lidarmos com confusões, conceitos inadequados internalizados, mal-entendidos, atitudes destrutivas, defesas alienantes, emoções negativas e sentimentos paralisantes – tudo aquilo que a psicoterapia também intenciona fazer, até mesmo apontando-os como sendo o seu objetivo primordial.

Ao invés disto, o Pathwork somente começa a sua fase mais importante após este primeiro estágio ter sido terminado. A segunda – e mais importante fase deste Caminho Espiritual (PW087)– consiste no aprendizado de como ativar a consciência maior que vive e convive dentro de toda alma humana.

Frequentemente, a segunda fase se superpõe à primeira – aquela que está primordialmente focada na superação das obstruções – pois a segunda fase – ou a Fase Espiritual do Pathwork – é essencial para de fato executar-se a primeira. A primeira parte do trabalho não pode ser verdadeiramente bem-sucedida, a menos que o contato com o eu-espiritual seja cultivado e regularmente utilizado.

Entretanto, como e quando isto poderá ser feito, variará grandemente e dependerá da personalidade e de sua predisposição, predicados, assim como dos bloqueios do indivíduo que adentra por tal Caminho.

Quanto mais cedo for possível explorar e ativar a fonte inesgotável de força e inspiração interior, mais fácil e mais rápido será lidar com estas obstruções.

Fica, portanto, bastante claro de que forma este Caminho difere da psicoterapia, embora algumas ênfases – e, por vezes até mesmo os métodos – possam ser bastante similares.

 

O Pathwork e a Prática Espiritual

Este Caminho tampouco é uma prática espiritual que simplesmente objetive o desenvolvimento de uma consciência espiritual. Existem muitos métodos e práticas que buscam a realização do ser espiritual. Embora utilizando métodos válidos para atingir esta meta de maneira direcionada e intensa, muitas disciplinas espirituais não prestam atenção suficiente àquelas áreas do ego que estão calcadas na negatividade e na destrutividade. Desta forma, o sucesso obtido sempre tem curta duração, sendo, portanto, ilusório.

Embora algumas das vivências possam ser suficientemente genuínas, o estado espiritual atingido através destas formas unilaterais não é sólido e não poderá ser mantido a menos que toda a personalidade seja incluída. E, como os seres humanos genericamente se furtam a aceitar certas partes de si mesmos, frequentemente procuram refúgio em caminhos que prometem a não necessidade de encararem tais áreas problemáticas.

Se você idealizar um Caminho Espiritual como sendo a prática de meditação por si só, ou mesmo, o propósito de atingir a benção das experiências cósmicas e/ou de consciência, o Pathwork não será o seu caminho.

É grande a tentação de usarmos práticas espirituais para obter felicidade e realização, evitando assim as negatividades, confusões e dores existentes, mas esta atitude apenas nega o nosso propósito: ela parte da ilusão e nos direciona à criação de mais ilusão.

Uma destas ilusões é acreditarmos que algo que realmente exista em nós possa ser evitado. Outra, será a crença de que aquilo que existe em nós necessita ser negado e/ou temido. Não obstante o quão destrutivo seja, qualquer aspecto interior pode vir a ser transformado. É somente por evitarmos algo que tenhamos dentro de nós mesmos, que nossa ilusão se tornará verdadeiramente prejudicial aos outros e a nós mesmos.

Este Caminho não é uma psicoterapia, tampouco um caminho espiritual no sentido usual da palavra, e – ao mesmo tempo – é ambos. Ajuda lembrarmos destes pontos ao considerarmos a possibilidade de embarcarmos em uma jornada no Pathwork.

 

Como Encontrar o Eu Real

Fazendo o Pathwork, embarcamos em uma viagem que nos guia para dentro de um novo território de nosso universo interno.

Se já passamos por terapia – tenha esta sido satisfatória ou não – ou se estamos com problemas e necessitamos de ajuda para vivermos nossas vidas de maneira realizadora, precisaremos prestar razoável atenção, principalmente àquelas áreas dentro de nós que são destrutivas, negativas e que se sustentam no erro.

Podemos não gostar disto, mas se realmente quisermos encontrar nosso verdadeiro eu – nosso eu real, a essência de nosso ser, de onde tudo que é bom emana – este foco será necessário.

Podemos questionar “Quanto isto demorará?”. Isto dependerá do nosso próprio estado mental e/ou emocional e da manifestação externa destes em nossa vida. Quando nossas negatividades interiores forem superadas, este novo estado se expressará por si só em nossa vida. E isso não deixará sombras de dúvida.

Organicamente, nosso caminho nos levará para diferentes ênfases e preocupações. O objetivo deste Caminho não é curar-nos de nossas doenças mentais e/ou emocionais, embora – quando fazemos a nossa parte – ele o faça muito bem e seja, inclusive, traçado para fazê-lo. Mas não devemos entrar no Pathwork somente com este acanhado propósito.

Também não devemos entrar neste Caminho com expectativas de que isto nos fará esquecer nossa tristeza e nossa dor, ou de que fazê-lo nos distrairá de atentar para aqueles aspectos nossos que gostamos pouco ou então, certamente desgostamos. O fato de desgostar deles pode não ser “neurótico”, ou seja, podemos estar apropriadamente corretos ao desgostar de tais aspectos nossos, porém, também não estaremos corretos se acreditarmos que somos irremediavelmente ruins devido à existência deles em nós.

Portanto, este caminho deve ensinar-nos a facear seja o que for que exista em nós, pois somente após fazê-lo é que poderemos verdadeiramente amar a nós mesmos. Somente assim poderemos encontrar nossa essência e nosso verdadeiro deus interno.

Se você quiser encontrar sua essência, através da recusa de facear o que existe dentro de si, o Pathwork não será o seu caminho.

Não é possível negar que expandir a consciência de uma mente limitada é uma tarefa tremendamente difícil, pois, quando chegam, todos os seres humanos dispõem somente desta mente muito limitada. Esta mente precisa transcender a si mesma para poder perceber seu ilimitado poder e abrangência.

Portanto, este Caminho constantemente requer que nossas mentes superem o espaço vazio trazido por nossas próprias limitações, através da consideração de novas possibilidades e de novas alternativas para o ser, para a vida e para a expressão deste ser nesta vida.
Não nos enganemos: este não é um caminho fácil, mas a dificuldade não é rígida nem imutável.

Ela existirá no mesmo grau em que a personalidade esteja bloqueada, evitando alguns aspectos de si mesma. Conforme vamos nos comprometendo a estar calcados em nossa verdade – a verdade de nosso ser – esta dificuldade vai desaparecendo e, aquilo que inicialmente nos parecia difícil, agora começará a tornar-se apenas mais um desafio, uma jornada excitante, um processo que faz a vida intensamente real e integrada, tão segura e realizadora que não mais queremos deixá-la de lado por nada que seja – em outras palavras: a dificuldade existe exclusivamente na falsa crença de que, se temos uma certa atitude negativa, então, tudo o que somos é ruim.

É tal crença que faz com nos que seja difícil – ou até mesmo impossível – confrontarmos o nosso ser. Portanto, é necessário encontrarmos aquelas crenças que se escondem por detrás de toda forte resistência a olharmos para as áreas escuras de nosso ser.

Este caminho exige de nós, o mínimo que a maioria das pessoas deveriam desejar doar: Verdade para com nosso próprio ser; exposição daquilo que ainda somos agora; eliminar nossas máscaras e pretensões; desnudar nossa vulnerabilidade. Isto, por si só, já é uma exigência enorme, no entanto, é o único caminho verdadeiro que poderá nos levará à paz e à reintegração genuínas.

E, uma vez comprometidos com esta meta, não mais será uma exigência, mas sim, um processo desejável, orgânico e natural.

 

A Positividade e a Negatividade São Uma Só Corrente de Energia

Simultaneamente, este Caminho é – ao mesmo tempo – o mais difícil e o mais fácil. Isto depende meramente do ponto de vista pelo qual o abordamos e escolhemos vivenciá-lo. Sua dificuldade pode ser vista em termos da verdade que dedicamos a nós mesmos. Conforme o grau em que escolhamos estar em nossa verdade, o caminho será nem tão difícil, sequer será – na palavra de seus críticos – “Muito assentado no lado negativo da vida e de si mesmo”, pois, na essência, o negativo é o positivo.

Negativo e positivo não são dois aspectos da energia e da consciência: são um único e o mesmo aspecto. Onde quer que as partículas de energia e de consciência de nosso ser tenham se tornado negativas, estas podem ser reconvertidas a seu modo natural e positivo de existência, porém, isto não poderá ser feito sem assumirmos total responsabilidade pela negatividade ainda existente em nós.

A relutância em ser verdadeiro para consigo mesmo se aplica até mesmo às pessoas mais honestas. Uma pessoa pode ser apreciada por sua honestidade e integridade num determinado nível, no entanto, poderão existir níveis mais profundos onde tais aspectos não sejam tão verdadeiros assim.

O Pathwork nos leva para dentro dos níveis sutis daquilo que já nos parece apaziguado e que, portanto, são difíceis de acessar, no entanto, certamente, existentes.

 

Imagens ou Concepções Errôneas

Nestes níveis aparentemente apaziguados e/ou inconscientes, concepções errôneas são formadas nas fases tenras da infância e tais percepções distorcidas da realidade continuam influenciando nosso comportamento adulto. Transformam-se em conclusões inquestionáveis sobre a vida, que podemos chamar de “imagens” (PW038), pois formam padrões rígidos como que se incrustados na substância da alma.

Uma imagem é feita de conceitos inadequados, sentimentos distorcidos e, até mesmo, de bloqueios corporais (físicos). Uma conclusão tomada a partir de uma percepção distorcida, será, portanto, uma conclusão comprometida.

Na verdade então, as imagens são conclusões comprometidas, inadequadas, sobre a natureza da realidade, firmemente agregadas à psique da pessoa e que se tornam sinais de controle comportamental rígido nas situações de sua vida. Uma pessoa pode ter muitas imagens, porém, por detrás de todas elas, existirá uma imagem principal (PW093) que é será a chave que revelará sua atitude negativa em relação à vida.

Por exemplo: uma imagem formada em uma situação particular na família da criança, poderia ser que demonstrar emoções – especialmente aquelas relacionadas aos sentimentos mais calorosos – seria um sinal de fraqueza que poderia levá-la a machucar-se.

Embora seja uma imagem pessoal, ela pode ser reforçada pela imagem social de massa na qual (PW247)– especialmente para os seres do gênero masculino – a demonstração e a expressão física de sentimentos calorosos não seria “coisa de homem” e indicaria fraqueza, pois significaria perda de controle.

Um indivíduo com tal imagem, nas situações em que poderia abrir-se emocionalmente, obedecerá ao sinal enviado por sua imagem pessoal, ao invés de responder espontaneamente à situação real ou à outra pessoa, o que poderia ser de fato a resposta positiva e afirmativa da vida.

Também, esta pessoa atuará para com os outros de forma que, na maioria das vezes, estes lhe responderão negativamente e confirmarão esta sua falsa crença.

Assim sendo, tal pessoa se privará de sentir prazer e restringirá o fluxo da sua força vital, criando tensões internas que mais e mais alimentam esta sua imagem. Então, padrões negativos, compulsivos – melhor dizendo, círculos viciosos autoperpetuantes – serão criados.

Outro exemplo seria um bebê (menina) que chora por sentir-se com fome, mas que sua mãe não lhe responde prontamente. No entanto, quando não mais está chorando, a mãe vem e a alimenta.

Então, a menininha conclui que se demonstrar suas necessidades, não fará com que seja atendida, mas que, se não o fizer, receberá a atenção que precisa. Poderá, então, decorrer a seguinte conclusão inadequada: “para que eu tenha as minhas reais necessidades supridas, não deverei demonstrar que as tenho”.

Talvez, com esta mãe em particular, o fato de não demonstrar suas necessidades realmente funcionasse temporariamente, mas, obviamente, nos anos que se seguirão, tal atitude produzirá efeito contrário e, como ninguém saberá que esta então mulher adulta tem necessidades específicas, ninguém as irá suprir.

Entretanto, como ela é completamente ignorante desta sua imagem, ou seja, da conclusão inadequada sobre a demonstração de suas necessidades, por tê-la soterrado em seu inconsciente há muito tempo atrás, passará pela vida demonstrando, cada vez menos, as suas reais necessidades, esperando que alguém, eventualmente, as adivinhe e a recompense por não assumir a si mesma, sem entender o motivo pelo qual não obtenha suas desejadas realizações.

Ela não saberá que é este seu comportamento que faz a vida confirmar a sua falsa crença – pois as imagens têm poder energeticamente magnetizante!

As conclusões inadequadas que formam uma imagem são tiradas por ignorância ou por falta de um completo conhecimento do caso, e, portanto, não podem permanecer na mente consciente.

Conforme a criança vai crescendo, seu conhecimento intelectual recentemente aprendido contradiz o velho “conhecimento” emocional de seu passado. Então, a pessoa vai soterrando tal conhecimento emocional até que este, por fim, desapareça de sua mente consciente e quanto mais o conhecimento emocional é escondido, mais poderoso se torna (PW073).

Estas imagens inconscientes, portanto, restringem o desenvolvimento do potencial desta pessoa. Portanto, um esforço consciente deve ser feito para trazer estas imagens tornadas inconscientes, de volta à consciência, para aprender-se como desativá-las.

Uma chave infalível – e que trará inegáveis respostas – pode ser utilizada para descobrirmos se existem tais imagens inconscientes em um nível mais profundo de nós mesmos. A chave é perguntar-se:

  • Como me sinto sobre mim mesmo e sobre minha vida?
  • O quanto realizada, com sentido e rica está esta minha vida?
  • Eu me sinto seguro nas minhas relações com os outros?
  • Eu me sinto confortável sobre o meu ser mais íntimo quando na presença de outros, ou, pelo menos, ao lado daqueles com quem tenha mais objetivos em comum?
  • O quanto de júbilo e alegria posso eu ser capaz de sentir; de dar e de receber?
  • Eu me sinto assolado por ressentimentos, ansiedades,
    tensões ou pela solidão (no sentido de isolamento)?
    Eu necessito de uma grande dose de superatividade para aliviar minhas ansiedades?

Na verdade, o fato de conscientemente não nos sentirmos ansiosos, de maneira alguma prova que não tenhamos ansiedades. Muitos iniciam o Pathwork sem se aperceberem de suas ansiedades, mas se sentem paralisados, ausentes, anestesiados ou como se estivessem mortos.

Este pode ser um sinal de que a ansiedade foi superposta por um processo artificial de anestesia e mortificação. Este Caminho não pode desconsiderar o passo inicial de fazer-nos perceber nossas próprias ansiedades para que então possamos sentir o que quer que estas nos escondam.

Somente assim o estado de nos sentirmos novamente vivos poderá ressurgir. Entusiasmo, júbilo, sentir-se radiante e aquele balanceamento adequado de paz e excitação que denota inteireza espiritual são resultantes da verdade interior. Quando estes estados estão ausentes, tal verdade também estará. É tão simples – e duro – quanto isto!

Então, caso estejamos preparados para embarcar nesta jornada para dentro de nós mesmos – o Pathwork – para resgatarmos o que quer que lá exista; caso clamemos por toda a nossa verdade e compromisso para trilhar esta jornada; caso encontremos coragem e humildade para não parecermos uma outra pessoa que seja diferente daquela que verdadeiramente somos – inclusive aos nossos próprios olhos – estaremos bastante corretos em termos expectativas de que este caminho nos ajude a perceber nossa vida por inteiro e a realizá-la, qualquer que seja a direção que escolhamos tomar.

Esta é uma esperança realista – e, cada vez mais, estaremos certos disto.

O Progresso no Pathwork

Pouco a pouco, começaremos a funcionar a partir de nossa essência – nosso centro mais interno – o que é uma experiência bem diferente daquela de funcionarmos tomando como base o nosso mundo exterior.

Estamos tão acostumados a funcionar tendo como base este nosso mundo externo, que não podemos nem mesmo imaginar o que seria não fazê-lo. Dependemos constantemente daquilo que acontece em nosso entorno.

Dependemos do nosso desejo de receber aprovações e de sermos apreciados pelos outros, de sermos amados e de sermos bem-sucedidos em termos das exigências do mundo exterior. Sabedores ou não, travamos uma luta interna que objetiva garantir que obteremos todo este apoio externo para então termos paz e realização.

Quando funcionamos a partir de nossa própria essência, a segurança e a alegria brotam lá do fundo de nós mesmos, o que de nenhuma forma implica que, quando isto acontecer, estaremos condenados a viver sem aprovação, apreciação, amor ou sucesso.

Tal conclusão é apenas mais um mal-entendido da dualidade em que vivemos. Pensamos: “Ou vivencio minha essência e então deixo de lado todo o amor e apreciação vinda dos outros e fico só, ou devo desistir da procura de minha essência por não sustentar uma vida tão solitária”.

Na realidade, quando funcionamos a partir da liberação de nosso centro mais interno, atraímos para nós toda a abundância da vida, porém, não seremos dependentes dela. Ter abundância nos enriquece, além de ser a realização de uma legítima necessidade nossa, mas não é a substância de nossas vidas. Esta substância está dentro de nós!

Existirá certamente intimidade, troca, comunhão, compartilhamento, prazer mútuo e o movimento de dar e receber calor humano e abertura na vida saudável de qualquer ser humano.

Ainda, todo ser humano necessita de reconhecimento daquilo que realiza, porém, existe uma enorme diferença entre querer tal reconhecimento de maneira saudável, e de criar dependência de reconhecimento externo de tal forma que nos tornamos incapazes de viver sem ele, seja por um minutinho sequer.

Ao assim fazer, nosso ser começa a sacrificar sua integridade de maneira trágica e que muito nos custará sustentar. Nesta situação, nosso verdadeiro ser é traído e a tal procura por reconhecimento passa a negar a si mesma!

Este Caminho é traçado para que nossa essência seja encontrada – a nossa mais profunda realidade interna – e não apenas um escape ilusório. Justamente o contrário, este Caminho é imensamente pragmático, pois a verdadeira vida espiritual nunca contradiz a vida prática na Terra.

É necessário que exista harmonia entre estes dois aspectos do todo. Colocar a importância do dia-a-dia da vida num nível inferior não será espiritualidade realmente. Na maioria dos casos, meramente será outro tipo de escape.

Para muitos, é muito mais fácil e preferível sacrificar algo e/ou flagelarem a si mesmos, do que permitirem-se à audácia de colocarem-se face-a-face e lidarem com os seus próprios aspectos obscuros, pois a culpa que sentiriam ao fazê-lo seria frequentemente traduzida por autoprivações que, supostamente, seriam “portas para os Céus”.

Mas esta culpa não pode ser banida a não ser que a personalidade decida lidar diretamente com sua escuridão interior. Somente a partir daí é que os sacrifícios e as privações se tornarão não só desnecessárias, mas também, contraditórias ao desenvolvimento espiritual verdadeiro.

O Universo é abundante de alegria, prazer e graça: os seres humanos podem vivenciá-los, ao invés de desconsiderá-los. Nenhuma decisão calcada em desconsideração poderá banir a culpa de evitarmos a purificação de nossa própria alma.

É necessário ainda mencionar outra faceta específica das obstruções internas que devem ser faceadas para que possam então ser transcendidas. Em primeiro lugar, precisamos entender que quaisquer pensamentos e/ou sentimentos são poderosos agentes de energia criativa, independentemente de serem pensamentos verdadeiros e sábios, ou falsos e limitados. Da mesma forma, sejam sentimentos de amor ou cheios de ódio, raivosos ou benignos, medrosos ou pacíficos, a energia que contêm criará conforme for esta sua natureza.

Pensamentos e opiniões criam sentimentos e, ambos, criam atitudes, comportamentos e emanações que, por sua vez, criam as circunstâncias de nossas vidas. Tais sequências deverão ser conectadas entre si, entendidas e completamente reconhecidas. Este é um aspecto essencial do Pathwork.

O medo dos nossos sentimentos negativos é injustificado. Os sentimentos por si só não são tão terríveis ou impossíveis de se lidar. No entanto, nossas crenças e nossas atitudes podem fazer com que fiquem assim. Este processo é constantemente verificado por aqueles que seguem este Caminho, pois descobrem que permitirem-se a enfrentar a mais profunda de suas dores sempre acaba por ser uma experiência revitalizante. Vivenciar esta dor, liberará a energia que nela esteja contida e liberará a criatividade que portanto permanecia paralisada; permitirá que sintamos tanto prazer quanto formos capazes de nos permitir aos sentimentos de dor.

O mesmo se aplica ao medo. Vivenciar o medo por si só não é devastador: Uma vez vivenciado por nos fazermos entregues a ele, o medo se torna instantaneamente um túnel através do qual viajamos e que nos levará a um nível mais profundo de nossa realidade imediata. O medo é a negação de outros sentimentos.

Quando o sentimento original for aceito e vivenciado, o nó se dissolverá. Nunca é o medo por si só que é impossível de se lidar, no entanto, nossas atitudes perante ele têm o poder de torná-lo desta forma.

O medo que temos de sentir os nossos reais sentimentos nos faz deixar de senti-los. E assim sendo, também deixamos de viver nossa vida em toda a sua completude. Nosso centro espiritual não poderá desenvolver-se, manifestar-se, sequer unificar-se ao nosso ego, a não ser quando, de verdade, aprendemos a deixar fluir nossos sentimentos; nos permitirmos a ser levados por eles e aprendemos a assumir responsabilidade por estes, atuando-os ou não.

Se fizermos com que os outros sejam responsáveis por nossos sentimentos, estaremos em apuros, pois, ou negaremos tais sentimentos ou os usaremos destrutivamente contra estes outros – e nenhuma destas duas alternativas será desejável sequer poderá abrigar em si alguma solução adequada.

 

Libertando o Ser Espiritual

O nosso ser espiritual não poderá libertar-se a não ser que aprendamos a aceitar cada parte de nosso ser, não importa quão destrutiva seja esta no momento em questão.

Independentemente do quanto possamos achar que um determinado aspecto de nós mesmos possa ser negativo, insignificante, egoísta ou vazio – em contraste com outros aspectos já mais desenvolvidos de nossa personalidade – é absolutamente necessário que cada um deles seja aceito e incluído.

Nenhum aspecto deve ser deixado de lado ou acobertado com a esperança ilusória de que poderemos continuar nosso caminho sem nos importarmos com ele, para que, então, de alguma forma mágica, venha a desaparecer por si mesmo.

Nada que exista em nós é impotente. E não importa o quão escondido possa estar um determinado aspecto obscuro, ele criará nossas condições deploráveis de vida. Este é um dos motivos pelo qual devemos aprender a reconhecer e a aceitar os aspectos criadores da nossa negatividade.

Outra razão é a de que, independentemente do quão destrutivo, cruel e/ou ruim estes possam ser, em essência, todo aspecto de energia e de consciência é belo e positivo.

As distorções poderão ser reconvertidas para a sua essência original. Somente quando a luz do reconhecimento e da intencionalidade positiva forem trazidas para lidar com elas, é que a energia e a consciência podem, novamente, se tornarem criativas.

Somente será possível atingirmos nossa essência se procedermos desta forma.

Basicamente, isto é o Pathwork.

 

Deixando as Ilusões de Lado

Nossa dificuldade é que nos agarramos às ilusões sobre como somos e como deveríamos ser. Nos agarramos a uma outra ilusão de que não deveríamos ter certos tipos de problemas. A menos que deixemos de lado tais ilusões e que tomemos consciência do que seja lá o que for que exista dentro de nós, permaneceremos alienados de nossa própria essência espiritual.

Esta essência está constantemente reconciliando os conflitos aparentemente insolúveis. Nossa essência espiritual fornece tudo aquilo que necessitamos para viver nossa vida e realizar a tarefa que viemos desempenhar por ocasião de nosso nascimento. Ela é o nosso centro divino. Somos apenas uma expressão de “tudo que existe” – a Consciência Plena.

Enquanto nos mantivermos desconectados desta Consciência Plena – por estarmos terrivelmente amedrontados em deixar de lado nossa pequenez – tal aspiração não poderá jamais ser realizada, pois não existirá uma sequer panaceia que possa dar aquilo que necessitamos e desejamos por direito, se não nos dispusermos a tomar a direção de enfrentamento de nossas próprias escuridões.

Sozinhas, as práticas espirituais não podem preencher nossas aspirações, independentemente do quanto possamos sentar-nos em meditação e concentração. Entretanto, a meditação e a visualização criativa podem ser ferramentas valiosas quando utilizadas em paralelo com o necessário autoconfronto.

Muito poucas pessoas estão disponíveis para trilhar o tipo de caminho aqui descrito, mas, para aqueles que têm a coragem de trilhá-lo até o fim – pacientemente e sem desalentos – a glória os aguardará eu seu centro mais interno.

Deixando-se Levar pelo Espírito

O caminho será glorioso quando progredirmos para além dos estágios iniciais nos quais ainda nos debatemos com as falsas ideias que sempre criam duas alternativas inaceitáveis – a dualidade. Quando o caminho se abrir a partir de nosso interior, passaremos a vivenciar – talvez pela primeira vez na vida – o nosso próprio potencial de ser – o potencial de vivenciarmos nossa própria divindade.

Sentiremos nosso potencial para sustentarmos o prazer e a segurança; estaremos cônscios de nós mesmos e dos outros e sentiremos o poder infinitamente grande de nos relacionarmos com os outros, de compreendê-los e de estarmos com eles sem temor.

Para que funcione, a decisão inicial de adentrar um Caminho como este deve ser feita com bases realistas. Devemos perguntar-nos:

  • Eu realmente aspiro deixar de lado as ilusões que alimento sobre
    mim mesmo e sobre as expectativas que advenham da resistência que
    tenho em desistir da desilusão causada pelo que imagino que os outros
    devam fazer por mim?
  • Eu realmente quero deitar por terra os falsos medos sobre quais sentimentos devo ou não devo ter; posso ou não posso vivenciar?
  • Eu realmente estou comprometido a aceitar tudo aquilo que sou
    neste momento e a continuar me revendo naqueles aspectos onde
    ainda não me conheço?

Se de fato estas são as suas reais aspirações, você achará esta jornada excitante, significativa e cheia de sentido. Terá todo o apoio que porventura necessitar, pois ninguém pode trilhar tal jornada sozinho. A ajuda lhe será oferecida! E ela simplesmente virá até você.

Quando o seu centro espiritual começar a manifestar-se, seu “ego-consciência” se integrará a ele e – por assim dizer – você começará a perceber-se levado pelo espírito. Sua vida se tornará um fluir espontâneo e sem esforço.

 

Este texto é uma adaptação do primeiro capítulo do livro “O Caminho da Autotransformação” de Eva Broch Pierrakos, disponibilizado no Brasil pela editora Cultrix. Ele toma como base, uma das 258 palestras do Pathwork.

Para acessar outras palestras, por favor cadastre-se ao site oficial do Pathwork Brasil, http://www.pathworkbrasil.com.br/ ou ao site do Pathwork São Paulo, http://www.pathworksp.com.br.

 

Pathwork

O Pathwork é um caminho espiritual de autopurificação e autotransformação que opera em todos os níveis da consciência.

É um caminho que enfatiza a importância de reconhecer, aceitar, aprender a conhecer e que tem por objetivo transformar esta nossa parte inferior, o lado sombrio de nossa natureza. Os ensinamentos nos quais este caminho se baseia foram passados por Eva Broch Pierrakos, a partir de 1957 até sua morte em 1979.

Em um estado de transe leve, ela deixou 258 palestras, traçando o itinerário completo de uma jornada espiritual – a jornada da alma. Tais palestras são plenas de sabedoria e amor.

A entidade espiritual que falou através de Eva, chamado apenas de “O Guia do Pathwork” embora jamais tendo se identificado, nos ensina que através de um honesto autoexame, utilizando-se das ferramentas e práticas abordadas pelas palestras, podemos superar e remover os obstáculos internos que nos impedem de viver plenamente a nossa verdadeira natureza – esta nossa parte divina interior.

As palestras são profundamente conectadas com o autoconhecimento, autoaceitação e autorresponsabilidade.

 

Citações e Orações

“Não se preocupem com o fenômeno desta comunicação como tal, pois se prestarem muita atenção à maneira como esses ensinamentos são comunicados, vocês ficarão totalmente confusos.

A única coisa importante a ser entendida no começo de tal aventura é que existem níveis de realidade que vocês ainda não exploraram nem experimentaram e sobre os quais vocês podem, no máximo, teorizar”. (PW204)

 

“Você vive, se move e está imerso em um universo que consiste de tamanha ternura, tamanho amor, de tamanho carinho de um Deus vivente e de eterna presença em tudo que há, que simplesmente dispensa descrição.

Você está envolvido por um universo no qual simplesmente nada há a temer, independentemente do quanto possa momentaneamente isto vir a lhe parecer”. (PW250)

 

Eu não quero ficar nesta posição. Existem poderes dentro de mim, que me fazem ser capaz de mudar e de me sentir bem e seguro em relação a esta mudança. Eu mereço. Esta mudança é um direito inato que eu agora clamo.

Eu posso subsistir com bons sentimentos. Posso sustentá-los e prolongá-los, da mesma maneira que também posso sustentar dor e desapontamento. Portanto, eu decido agora não mais acreditar na mentira de que não possa aguentar nem sentimentos de dor nem de bem-estar.

E, se ainda existem áreas dentro de mim, onde luto e me defendo contra os sentimentos de dor e de amor – que são os de dar e de receber amor – o poder em mim pode tornar-me consciente delas. Ele pode ajudar a elevar-me acima da angústia que me foi trazida pela negatividade desse campo de força e trazer um outro campo de força, novo, à minha frente.

Eu rezo pelo poder, pela crença, pela fé e pela vontade de estar totalmente comprometido com o desejo de viver a minha vida de uma forma boa, profunda e honesta. (PW201)

 

PS: Esse texto foi desenvolvido através do uso do StackEdit.